Marcos Barreira: Marx, Postone e a Questão Judaica

Desde o final da década de 1970, Postone desenvolveu duas linhas de investigação que se cruzam precisamente na sua interpretação do Holocausto. A primeira – iniciada em 1978, com o ensaio Necessidade, trabalho e tempo– o levou a uma reformulação do modo como deve ser compreendida a crítica de Marx ao capitalismo. […] A segunda linha de investigação de Postone tem início também na década de 1970, período em que o autor viveu em Frankfurt e travou contato com a política judaica de esquerda. Ela aborda o antissemitismo moderno – e os seus desdobramentos catastróficos na primeira metade do século XX – a partir das categorias do capital e da mercadoria.

INDIANA JONES E O TEMPLO DA PERDIÇÃO – O retorno do reprimido

Moishe Postone e Elizabeth Traube Nota prévia: esse texto, escrito por Moishe Postone e Elizabeth Traube, apareceu na revista da crítica cultural Jump Cut em março de 1985. Postone e Traube analisam a dimensão ideológica de um dos maiores êxitos da industrial cultural da década de 80 a partir de uma perspectiva que alia a …

“É PRECISO UMA NOVA PERSPECTIVA DE EMANCIPAÇÃO SOCIAL”

Conversa com Ernst Lohoff e Norbert Trenkle (grupo Krisis) sobre a crítica do valor, a crise fundamental do capitalismo e o crescente irracionalismo social (entrevista de Marcos Barreira e Javier Blank, Rio de Janeiro)[1] Gostaríamos de começar falando um pouco do início do projeto teórico da revista Krisis, que já conta mais de  30 anos, …

Norbert Trenkle: Uma questão de lógica capitalista

“As pessoas certamente ficariam mais felizes se pudessem decidir de livre acordo com os outros o que fazer e como fazer. Isto, naturalmente, inclui também a possibilidade de passar de uma atividade para outra. Não significa, no entanto, que todos nós temos de nos tornar criativos. Essa seria novamente uma fantasia da mania de desempenho capitalista. Liberdade também pode significar limitar-se a umas poucas atividades ou mesmo não fazer nada algum dia, se eu quiser. Mas isso também não deveria ser a norma, tal como o seu oposto”.

Ernst Lohoff: A barreira interna do capitalismo

(2013)
“Limite” não significa que o capitalismo tenha desaparecido mas que, a longo prazo, a potencialidade expansiva do sistema capitalista e a sua busca por atender ao seu próprio objetivo de transformar o capital em cada vez mais capital, conduz a si próprio ao absurdo nesse movimento de expansão.

Norbert Trenkle: Terrorismo do trabalho

(1998)
Ainda que esse terrorismo do trabalho, no final das contas, não funcione economicamente, é hoje uma estratégia terrivelmente eficaz de gestão da crise. Tal como no início da produção capitalista de mercadorias, a coerção do trabalho é novamente propagada e aplicada, só que não mais para impor a disciplina da fábrica ou recrutar as pessoas para o “exército do trabalho” e sim como meio de disciplinamento para uma população realmente supérflua do ponto de vista da valorização.

Norbert Trenkle: Licença para matar o clima

(2019)
Dizer que o imposto sobre o carbono não produz os efeitos prometidos é pouco. No geral, ele não conduzirá a uma redução significativa das emissões nocivas para o clima, nem iniciará uma “transformação ecológica” da economia de mercado; pelo contrário, é uma carta branca que a sociedade se dá para poder continuar como antes.